O tratamento com Células T Receptoras de Antígenos Quiméricos ou Células CAR-T é uma revolução no tratamento do câncer em todo o mundo. Resultado do grande avanço da biotecnologia, esta terapia é uma alternativa eficaz, além de ser menos invasiva e menos debilitante do que condutas tradicionais, como intervenções cirúrgicas e ciclos de radioterapia e quimioterapia. Nesta avançada imunoterapia, são utilizados linfócitos T geneticamente modificados para potencialização da atividade antitumoral. Mas, afinal, do que se trata esta terapia e como o Receptor de Antígeno Quimérico de Células T atua no combate ao câncer?
Antes de responder a esta pergunta, é importante compreender a engenharia desta técnica, cujo início se dá a partir da retirada das células T do sangue do paciente por meio de leucaferese. Essas células são geneticamente modificadas em laboratório para expressar o receptor de antígeno quimérico (CAR), uma proteína que se liga a um antígeno encontrado na superfície das células cancerosas. Após esse processo, as células modificadas são cultivadas em laboratório, selecionadas, multiplicadas e, por fim, reinfundidas no indivíduo em tratamento.
Agora sim, como as Células CAR-T atuam no combate ao câncer?
Desempenhando um papel fundamental no sistema imunológico
Os linfócitos T, componentes essenciais do sistema imunológico, desempenham um papel crucial na defesa do organismo contra agentes patogênicos. Estas células são especializadas em reconhecer e combater ameaças específicas, contribuindo para a imunidade adaptativa.
As principais funções dos linfócitos T incluem o reconhecimento de antígenos, moléculas que desencadeiam uma resposta imunológica. Esse processo ocorre por meio dos receptores de células T, que são altamente especializados para identificar antígenos específicos. Quando um linfócito T encontra um antígeno correspondente, inicia uma cascata de eventos que desencadeia uma resposta imunológica direcionada.
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Atacando apenas células tumorais
Importante destacar que, estudos feitos a partir da década de 60 mostraram que o crescimento de células cancerosas poderia ser reconhecido e combatido pelo próprio sistema imunológico do paciente devido à presença de antígenos tumorais capazes de desencadear uma reação imune. Os linfócitos ou células T são um dos principais leucócitos responsáveis por este mecanismo.
A modificação genética de células T é uma técnica revolucionária, pois permite um direcionamento mais preciso, reduzindo os danos às células saudáveis e maximizando a eficácia contra as células cancerosas.
O processo se dá a partir de linfócitos T citotóxicos de linhagem CD8+, responsáveis pela produção de citocinas, como granzimas e perforinas, de papel essencial na defesa contra microrganismos e na erradicação de tumores.
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Evitando a evasão da resposta imune
Células malignas são capazes de evadir ao sistema imune por uma série de mecanismos que acabam burlando a vigilância imunológica. Ao promover a potencialização do sistema imunológico do paciente, imunoterapias como o tratamento com Células CAR-T transpassam a capacidade evasiva tumoral e permitem o reconhecimento e eliminação de células cancerosas sem comprometer o equilíbrio do organismo.
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Atuando em longo prazo
Os linfócitos T são capazes de gerar uma memória imunológica e, portanto, o organismo atua em vigilância constante contra novas células tumorais, dificultando uma recaída da doença.
Revolução no tratamento oncológico
A terapia do receptor de antígeno quimérico é hoje uma das opções imunoterápicas mais promissoras na área da oncologia. O uso de linfócitos geneticamente modificados na transferência de células para tratamento do câncer tem demonstrado resultados clínicos positivos em leucemias e linfomas.
Pioneirismo na tecnologia CAR-T
Especializada em terapia celular, a Celluris foi a primeira empresa a desenvolver a tecnologia CAR-T no Brasil. Ainda hoje, é a que mais se dedica a este campo de estudo, trabalhando para oferecer terapias personalizadas aos pacientes. Para conhecer ou saber mais sobre essa terapia, acesse o site.