O desenvolvimento das células CAR-T é um dos grandes avanços da medicina nos últimos anos e trouxe inúmeros benefícios para o tratamento de pacientes com câncer. As células CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-Cell) são conhecidas por serem linfócitos T geneticamente modificados para expressar receptores quiméricos que reconhecem antígenos específicos nas células tumorais. Para garantir a segurança e eficácia dessas células modificadas em laboratórios, uma das principais etapas do processo é identificar o perfil fenotípico das células CAR-T.
A fenotipagem é o processo de identificação e análise das principais características dessas células. Ou seja, a fenotipagem consiste em avaliar a célula, registrando suas características físicas, comportamentais e fisiológicas. Uma etapa fundamental para garantir a eficácia e a segurança da terapia.
Técnicas realizadas
Existem diferentes tipos de fenotipagem das células CAR-T e diversas aplicações. Algumas técnicas empregadas, como a técnica de citometria de fluxo e de microscopia fluorescente, permite avaliar se as células T estão expressando os receptores CAR (chimeric antigen receptor) de forma adequada, além de outros marcadores que indicam sua ativação e função.
Já outras técnicas de fenotipagem se propõe a identificar qual a porcentagem de células vivas e sua capacidade de proliferação, como ensaios de MTT ou ensaios de CellTrace e CFSE, além de verificar se a cultura celular está contaminada com outros tipos de células, como a técnica de PCR.
Outra etapa importante no processo de fenotipagem envolve a capacidade das células CAR-T de reconhecerem e eliminarem as células tumorais, bem como sua aptidão de produzir citocinas através de ensaios de citotoxicidade seguido de ensaios de dosagem de citocinas.
Pontos importantes do processo
Um dos pontos importantes é o monitoramento da produção das células CAR-T. Isso porque, ao longo do processo de produção das células modificadas em laboratório, a fenotipagem permite acompanhar o desenvolvimento das células T e identificar possíveis problemas. Um dos problemas que pode ser percebido nesse percurso é que a fenotipagem pode ajudar a reconhecer biomarcadores que possam prever a resposta do paciente ao tratamento. Essa etapa tem um papel fundamental, já que apoiará na personalização da terapia.
A fenotipagem permite verificar ainda se as células CAR-T produzidas em laboratório atendem aos critérios de qualidade estabelecidos, garantindo a segurança e a eficácia da terapia para tratamento de pacientes com câncer. Diante disso, pode-se concluir que a fenotipagem é fundamental para o desenvolvimento de novas gerações de células CAR-T, com maior eficácia e menor toxicidade.
Algumas técnicas utilizadas na fenotipagem de células Car-T
Segundo alguns artigos científicos publicados, as técnicas utilizadas na fenotipagem são diversas. Por exemplo, a citometria de fluxo permite analisar muitas células individualmente, garantindo a avaliação simultânea de múltiplos marcadores. Existe também a microscopia de fluorescência que possibilita que os cientistas visualizem os marcadores específicos nas células CAR-T, auxiliando na compreensão de seus mecanismos de ação.
Outra técnica envolve a realização de um PCR em tempo real, que ajuda a quantificar a expressão de genes específicos nas células CAR-T. Já a técnica de sequenciamento de nova geração da célula CAR-T faz uma análise do genoma das células CAR-T, identificando possíveis mutações que possam afetar sua função.
Conclusão
Por fim, a fenotipagem é uma etapa fundamental na produção e aplicação de células CAR-T. Esse processo também é uma forma de atestar a qualidade e a segurança dessa terapia que está revolucionando o tratamento do câncer.
A expectativa de estudiosos sobre o tema é que a fenotipagem continue evoluindo e que, em breve, ela desempenhe um papel ainda mais importante no desenvolvimento de terapias celulares personalizadas. Com tratamentos mais eficazes e seguros, as abordagens contra o câncer serão ainda mais assertivas e com menos efeitos colaterais para o paciente.